Do Fixismo ao Evolucionismo
"Ao longo dos tempos diversas explicações foram propostas para a causa da diversidade de seres vivos. As teorias evolucionistas defendem que a diversidade de seres vivos tem por base a seleção de organismos mais adaptados ao meio, razão pela qual as populações sofrem modificações e evoluem ao longo do tempo."
in Desafios 11ºano (2010), Edições ASA
Que teorias existem para explicar a evolução dos seres vivos?
As teorias que explicam a origem dos seres vivos dividem-se em dois grupos:
- As fixistas, que defendem que as espécies se mantiveram inalteráveis ao longo dos tempos. Esta teoria foi aceite até ao século XVIII.
- As evolucionistas, que defendem que as espécies actuais resultam de uma série de transformações lentas e sucessivas sofridas pelas espécies ao longo dos tempos.
Fixismo
No Fixismo, admite-se que as espécies não sofrem transformações, permanecendo imutáveis ao longo dos tempos, ou seja, foram originadas tal e qual como são na actualidade. Os principais defensores desta teoria foram Platão (427 - 347 a.C.) e Aristóteles (384 - 322 a.C.), e durante vários séculos influenciaram o pensamento da cultura ocidental.
Platão acreditava na existência de dois mundos: um mundo perfeito de ideias, real e eterno, e outro ilusório e imperfeito, percepcionado pelos nossos sentidos, que derivava do mundo ideal. Num mundo perfeito, no qual os organismos estavam já adaptados de forma ideal ao meio ambiente, não havia lugar par mudança.
Por outro lado, Aristóteles que fora discípulo de Platão, desenvolveu a ideia de que todos os organismos poderiam ser organizados, hierarquicamente, numa escala natural. Neste modelo, este os organismos eram dispostos do mais simples ao mais complexo numa ordem ascendente, ficando o homem no topo desta cadeia. A escala natural de Aristóteles assumia um carácter eterno e imutável onde cada organismo ocupava um lugar fixo e sem lugar para a mudança.
Neste contexto, a explicação para a origem das espécies radicava num Princípio Criacionista ou no Criacionismo. Segundo este princípio, os seres vivos foram originados por criação divina. Como obra divina, a criação implica perfeição e estabilidade. Depois de criadas as primeiras espécies, perfeitas, estas mantêm-se fixas ao longo dos tempos.Nesta perspetiva o Criacionismo é uma Teoria Fixista.
Evolucionismo
Cuvier, na tentativa de conciliar as ideias fixistas com os dados dos estudos paleontológicos, propôs a Teoria do Catastrofismo. Esta teoria defendia que as catástrofes naturais que ocorreram na Terra conduziram a extinção das espécies de um determinado local. Posteriormente, essas áreas seriam repovoadas por novos seres vivos, migrados de outros locais. Assim, esta teoria explicava o aparecimento de certos fósseis em alguns estratos, sem que houvesse continuidade desses seres vivos nos estratos mais recentes. Cuvier, embora fixista, com os seus estudos deu um grande contributo para que a visão fixista da origem das espécies fosse abandonada.
No século XVII James Hutton defendeu o Uniformitarismo, considerando
que as alterações que ocorrem na Terra, são devidas a processos naturais e não devido a qualquer
intervenção sobrenatural. Este princípio assenta sobre as seguintes ideias principais:
- As leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
- Os processos e acontecimentos
geológicos que ocorrem na Terra são o resultado de acontecimentos
cíclicos que se desenvolvem de forma tranquila, lenta e gradual – Principio do Gradualismo;
- Os acontecimentos do passado podem ser explicados observando o mesmo tipo de fenómenos no presente – Princípio do Atualismo (defende que “O Presente é a chave do Passado”).
No Fixismo, admite-se que as espécies não sofrem transformações, permanecendo imutáveis ao longo dos tempos, ou seja, foram originadas tal e qual como são na actualidade. Os principais defensores desta teoria foram Platão (427 - 347 a.C.) e Aristóteles (384 - 322 a.C.), e durante vários séculos influenciaram o pensamento da cultura ocidental.
Platão acreditava na existência de dois mundos: um mundo perfeito de ideias, real e eterno, e outro ilusório e imperfeito, percepcionado pelos nossos sentidos, que derivava do mundo ideal. Num mundo perfeito, no qual os organismos estavam já adaptados de forma ideal ao meio ambiente, não havia lugar par mudança.
Por outro lado, Aristóteles que fora discípulo de Platão, desenvolveu a ideia de que todos os organismos poderiam ser organizados, hierarquicamente, numa escala natural. Neste modelo, este os organismos eram dispostos do mais simples ao mais complexo numa ordem ascendente, ficando o homem no topo desta cadeia. A escala natural de Aristóteles assumia um carácter eterno e imutável onde cada organismo ocupava um lugar fixo e sem lugar para a mudança.
Evolucionismo
No século XVII James Hutton defendeu o Uniformitarismo, considerando que as alterações que ocorrem na Terra, são devidas a processos naturais e não devido a qualquer intervenção sobrenatural. Este princípio assenta sobre as seguintes ideias principais:
- As leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
- Os processos e acontecimentos geológicos que ocorrem na Terra são o resultado de acontecimentos cíclicos que se desenvolvem de forma tranquila, lenta e gradual – Principio do Gradualismo;
- Os acontecimentos do passado podem ser explicados observando o mesmo tipo de fenómenos no presente – Princípio do Atualismo (defende que “O Presente é a chave do Passado”).
Teorias evolucionistas
Atualmente, admitem-se duas teorias para explicar o evolucionismo:
Lamarckismo
A Teoria Lamarckista foi argumentada por Lamarck. Esta teoria não só defendia as ideias evolucionistas como também apresentou uma explicação para a origem das espécies. A teoria de Lamarck assenta em dois princípios fundamentais:
- Lei do uso e do desuso: Explica a necessidade de um órgão em determinado ambiente. Se um órgão é muito utilizado desenvolve-se, tornando-se mais forte, vigoroso ou de maior tamanho; se pelo contrário, esse órgão não se usa, degenera e atrofia.
- Lei da herança dos caracteres adquiridos: Refere que as modificações que se produzem nos indivíduos ao longo da sua vida, como consequência do uso ou do desuso dos órgãos são hereditárias, originando mudanças morfológicas ao longo das gerações.
Darwinismo
A Teoria Darwinista foi argumentada por Charles Darwin com base nas viagens. que realizou. Segundo Darwin, existem variações morfológicas entre os indivíduos de uma espécie. O meio exerce uma seleção natural que favorece os indivíduos que possuem as características mais apropriadas, ou seja, os mais aptos para um determinado ambiente e num determinado tempo, tornando-os mais aptos e eliminando gradualmente os menos aptos.
A 1831 Charles Darwin integrou, com o lugar de naturalista, uma expedição à volta do mundo, que durou 5 anos, abordo de um barco chamado Beagle, um dos navios oceanográficos da Coroa Britânica.
A expedição tinha por objectivo principal cartografar de forma pormenorizada a costa sul-americana. Ao longo da sua viagem Darwin recolheu um extensa quantidade de dados que mais tarde viriam a servir de suporte à sua teoria da origem das espécies.
O arquipélago de Cabo Verde ao largo da costa africana e as ilhas Galápagos, ao largo da costa sul-americana, foram dois lugares particularmente importantes para Darwin. Quando partiu para a viagem, Darwin, tinha em mente que cada espécies era criada para ocupar um determinado lugar, ou seja, para ele todas as espécies insulares deveriam ser semelhantes entre si. No entanto, verificou que as espécies que existiam em Cabo Verde assemelhavam-se mais com as espécies da costa africana e muito pouco com as das ilhas Galápagos.
Darwin interpretou este facto como sendo uma origem evolutiva comum. Assim sendo, as aves das ilhas de Cabo Verde e as da costa africana eram mais semelhantes porque partilhavam uma origem comum mais recente.
A bordo do Beagle, Darwin, teve a oportunidade de ler a obra de Charles Lyelle - Principles of Geology - Lyelle defendia a Teoria do Uniformitarismo admitindo que "O presente é a chave do passado". A observação de fósseis. Na cordilheira dos Andes Darwin observou fósseis de conchas e animais marinhos, levando a inferir que os organismos sofrem alterações, ao longo de processos lentos e graduais.
Thomas Malthus defendia que a população humana tende a crescer de forma exponencial, enquanto que os recursos de uma forma aritmética. Esta relação leva a um excedente de população e a consequente escassez de alimentos, ocorrendo selecção natural, condicionada pela fome e doenças, esta selecção promove a eliminação dos indivíduos menos aptos. Darwin, transpôs esta teoria economicista para as populações naturais, onde haveria uma luta pela sobrevivência frente a um meio de recursos finitos.
Darwin, era criador de pássaros e sabia que através de cruzamentos controlados conseguia seleccionar um conjunto de características desejadas.E que ao fim de algumas gerações as populações submetidas à selecção artificial tinham as características diferentes das populações originais.
Levando-o a admitir que à semelhança do que acontece com os criadores de animais, a Natureza também selecciona os indivíduos reprodutores - Selecção Natural - com a diferença que são os factores ambientais que comandam essa selecção e que é necessário muito mais tempo para que tal aconteça.
A teoria de Darwin não explica algumas questões, como por exemplo, o surgimento de variações nos indivíduos de uma determinada espécie e como se processa o mecanismo de transmissão dessas variações. Assim, surge em 1942, o Neodarwinismo ou a Teoria da Evolução. Esta teoria foi desenvolvida por várioscientistas de diversos ramos: os geneticistas T. Dobzhansky e S. Wright, pelo botânico G. L. Stebbins, pelo paleontologista George Simpson e pelo taxonomista Ernst Mayr.
Esta teoria assenta em três princípios básicos:
- Viagem de Darwin
A 1831 Charles Darwin integrou, com o lugar de naturalista, uma expedição à volta do mundo, que durou 5 anos, abordo de um barco chamado Beagle, um dos navios oceanográficos da Coroa Britânica.
A expedição tinha por objectivo principal cartografar de forma pormenorizada a costa sul-americana. Ao longo da sua viagem Darwin recolheu um extensa quantidade de dados que mais tarde viriam a servir de suporte à sua teoria da origem das espécies.
O arquipélago de Cabo Verde ao largo da costa africana e as ilhas Galápagos, ao largo da costa sul-americana, foram dois lugares particularmente importantes para Darwin. Quando partiu para a viagem, Darwin, tinha em mente que cada espécies era criada para ocupar um determinado lugar, ou seja, para ele todas as espécies insulares deveriam ser semelhantes entre si. No entanto, verificou que as espécies que existiam em Cabo Verde assemelhavam-se mais com as espécies da costa africana e muito pouco com as das ilhas Galápagos.
Darwin interpretou este facto como sendo uma origem evolutiva comum. Assim sendo, as aves das ilhas de Cabo Verde e as da costa africana eram mais semelhantes porque partilhavam uma origem comum mais recente.
A bordo do Beagle, Darwin, teve a oportunidade de ler a obra de Charles Lyelle - Principles of Geology - Lyelle defendia a Teoria do Uniformitarismo admitindo que "O presente é a chave do passado". A observação de fósseis. Na cordilheira dos Andes Darwin observou fósseis de conchas e animais marinhos, levando a inferir que os organismos sofrem alterações, ao longo de processos lentos e graduais.
Thomas Malthus defendia que a população humana tende a crescer de forma exponencial, enquanto que os recursos de uma forma aritmética. Esta relação leva a um excedente de população e a consequente escassez de alimentos, ocorrendo selecção natural, condicionada pela fome e doenças, esta selecção promove a eliminação dos indivíduos menos aptos. Darwin, transpôs esta teoria economicista para as populações naturais, onde haveria uma luta pela sobrevivência frente a um meio de recursos finitos.
Darwin, era criador de pássaros e sabia que através de cruzamentos controlados conseguia seleccionar um conjunto de características desejadas.E que ao fim de algumas gerações as populações submetidas à selecção artificial tinham as características diferentes das populações originais.
Levando-o a admitir que à semelhança do que acontece com os criadores de animais, a Natureza também selecciona os indivíduos reprodutores - Selecção Natural - com a diferença que são os factores ambientais que comandam essa selecção e que é necessário muito mais tempo para que tal aconteça.
Lamarck vs Darwin
Lamarck e Darwin foram os grandes defensores do evolucionismo. Para ambos o meio exerce um papel preponderante no processo evolutivo. mas quais as principais diferenças entre as duas teorias? O quadro seguinte contrapõe as duas teorias:
A seguinte figura ilustra o processo evolutivo da girafas segundo a teoria de Darwin e segunda a teoria de Lamarck:
Neodarwinismo
Esta teoria assenta em três princípios básicos:
- a existência de variabilidade genética nas populações, consideradas como unidades evolutivas;
- a seleção natural como mecanismo principal da evolução;
- a conceção gradualista que permite explicar as grandes alterações resultam da acumulação de pequenas modificações, que vão ocorrendo ao longo do tempo.
Estas teoria é uma reformulação da teoria de Darwin e tem por base os conhecimentos da biologia molecular, de modo a combinar as causas da variabilidade com a seleção natural. Ou seja, há uma variabilidade dentro das populações, sobre as quais atua a seleção natural. Assim as populações podem sofrer variações, isto é, são unidades evolutivas e são diversos os fatores que contribuem para essa variabilidade.
Desta forma, os indivíduos que forem mais aptos, com características mais vantajosas num determinado ambiente, sobrevive a seleção natural. Por outro lado, os menos aptos acabam por não sobreviver à seleção natural. Assim, os indivíduos mais aptos acabam por transmitir as suas características à descendência. Quanto maior foi a diversidade numa população maior é a probabilidade de sobreviver às novas condições do meio.
Vê o seguinte vídeo que explica os princípios que sustentaram o desenvolvimento do Neodarwinismo
Resumindo
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